quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Solipsismo







A poeira dos quilômetros 
e a vida ficando para trás...


Em alguma estrada
desbotam-se os jeans,
os dias, os genes
e a esperança 
do tempo poento.


Sozinhos 
em freges de beira de estrada,
esquecidos,
desertores no deserto,
tocamos na gaita
- de certo! -
o metal do perdido
sem fervor.


Tantos quadros amarelados
pela melancolia do tempo roto:
gente demais!!!


Gente que vai... Gente que vem...
Gente que chega como se fosse o nunca!
Tudo é passado no passar da gente.


A parada repleta de um vazio
que se perde entre poeira e tédio:
olhos vagos na estrada...


À beira do caminho:
mosquitos, calor, miséria
um adeus sem fim...


Tédio!


Ódio ao relógio estragado!
O ponteiro rasga a garganta:


- Ah, o xadrez da toalha de mesa...


Maldito xadrez! Jogo sujo!






Torres Matrice

11/01/2001 

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